terça-feira, 12 de janeiro de 2010

PRECONCEITO SOCIAL ≠ PRECONCEITO LINGUÍSTICO



DESABAFO

Um professor, por quem tenho muito respeito como pessoa e profissional que é, após um debate sobre o ensino da gramática normativa na escola, sugeriu-me a leitura do livro Preconceito Linguístico de Marcos Bagno, linguista brasileiro, da Universidade de Brasília.
Durante a leitura, percebi que o autor não estava falando de preconceito linguístico e sim de aversão que um membro da sociedade tem à origem do outro e não à forma de expressão. Isso é preconceito social.
Pude observar que o nobre linguista faz uso do ditado popular: “Faça o que mando, mas não faça o que faço!”. Já que é um dos defensores do “vale tudo” linguístico, já que o uso da língua-padrão, para ele, é uma forma de preconceito, por que não fez uso, em seu livro, da língua espontânea ou língua popular? Por que criticar tanto a Gramática e usá-la tão corretamente em suas publicações? Talvez por estar escrevendo para leitores mais cultos e não para os que não tiveram acesso à Gramática. Isso sim, a meu ver, é preconceito linguístico.
Toda língua tem sua gramática. Por que, então, esse descaso com a nossa, por parte de alguns linguistas?
É lógico que o ensino da Gramática é necessário nas escolas.
O seu papel não é o de ditar regras e apontar os erros e os acertos. Seu papel, sim, é unificar a língua; mostrar o que é ou não adequado na comunicação. “Se não houvesse essa unificação, já teríamos várias línguas oriundas da língua portuguesa aqui no Brasil, como por exemplo, nordestês, o sulês, o carioquês, o paulistês, o funkês, o cientifiquês...”.
O professor, portanto, ao transmitir os conhecimentos gramaticais, precisa manter uma relação de confiança com seu aluno, para que este não se sinta desestimulado a aprender, nem oprimido. Uma vez tendo o conhecimento, o aluno terá a oportunidade de escolha no uso da língua, tanto na comunicação oral, como na escrita.
A LÍNGUA PRECISA SER RESPEITADA!

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